sexta-feira, 4 de abril de 2014

Ela, vazia.



      Estava ela ali, sentada, com o cabelo bagunçado, vendo a vida passar. Olhava triste, no meio da multidão, mas se sentia vazia. Vazia de sentimentos. Oca. Olhava tudo, mas não enxergava nada. Via um homem de terno com passos rápidos e largos, um grupo de meninas conversando sobre Beatles, um casal de namorados que andava em sincronia e até mesmo uma garota que esboçava um sorriso ao ler algo em seu celular, via mãe, filha, polícia, carros...Via tudo. Todos ali pareciam cheios. Cheios de pressa, de vida, de felicidade. Menos ela que parecia frágil. Era frágil. Levantou do meio-fio e foi caminhando lentamente pela praia. Medo, dor, ela não sentia nada. Simplesmente deixou de se conhecer. Alguém roubou tudo que ela deveria sentir. Um amor? Um amigo? Quem sabe até um estranho, mas isso meu caro, nunca saberei. Seguiu seu caminho em passos fundos pela areia, já não sabia mais onde estava indo. Fugia dos meus olhos que a observavam com um olhar triste. Perdi de vista. Mas sei que fugiu, e aquela menina do cabelo bagunçado, ninguém nunca mais ouviu falar...

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